Apresentação

Gerar, disseminar e debater informações sobre LEITES FERMENTADOS, sob enfoque de Saúde Pública, é o objetivo principal deste Blog produzido no Laboratório de Vida Urbana, Consumo & Saúde - LabConsS da FF/UFRJ, com participação de alunos da disciplina “Química Bromatológica” e com apoio e monitoramento técnico dos bolsistas e egressos do Grupo PET-Programa de Educação Tutorial da SESu/MEC.

Recomenda-se que as postagens sejam lidas junto com os comentários a elas anexados, pois algumas são produzidas por estudantes em circunstâncias de treinamento e capacitação para atuação em Assuntos Regulatórios, enquanto outras envolvem poderosas influências de marketing, com alegações raramente comprovadas pela Ciencia. Esses equívocos, imprecisões e desvios ficam evidenciados nos comentários em anexo.

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Leites Fermentados: lactobacilos vivos... sobrevivem e cumprem seu papel?


Parte da publicidade dos leites fermentados é baseada na importância dos lactobacilos neles contidos para nossa a saúde: como reguladores da flora intestinal. Uns fabricantes continuam a anunciar benefícios para a imunidade do organismo (já que algumas bactérias da flora intestinal produzem IgA) e propriedades preventivas de doenças. Os estudos comprovam que as suas principais vantagens se encontram na regulação do trânsito intestinal, sobretudo em pessoas com prisão de ventre, no tratamento de inflamações intestinais e diarreias, facilitando a proliferação de bactérias benignas.


No ano de 1930, após anos de contínuas pesquisas, o japonês Dr. Shirota selecionou uma espécie de lactobacilos, resistentes à acidez do estômago e que, mantendo-se vivos no intestino, inibiam a proliferação de bactérias intestinais nocivas, promovendo o equilíbrio da flora intestinal (um balanço entre as benignas e nocivas).


Entretanto, uma vez que os benefícios imunitários não estão absolutamente comprovados, não é correto que os produtores o usem na publicidade e nos rótulos. Também há controvérsia quanto à diminuição do teor de colesterol devido à ingestão de leites fermentados, o que não deveria ser anunciada nos rótulos. Esta é uma situação que merece maior atenção das entidades competentes, como a ANVISA.


É importante perceber também que as bactérias presentes nos leites fermentados só podem fazer a diferença no organismo quando o consumo é diário e se uma grande quantidade sobreviver à passagem pela acidez do estômago. Mais ainda, o alto teor de açúcares desses alimentos acaba por ser mascarado pela publicidade, enquanto deveria ser maior alvo de atenção por parte dos consumidores, já que dietas muito ricas em carboidratos podem fazer mal à saúde.


Em suma, eles podem facilitar o trânsito intestinal e ser excelente fonte de proteínas, carboidratos, cálcio e magnésio, mas não necessariamente um copinho de leite por dia seja suficiente para a manutenção de uma flora intestinal bem equilibrada. Vale lembrar que uma alimentação equilibrada é fator determinante para o bom funcionamento gastro-intestinal.

Fonte:

http://lqes.iqm.unicamp.br/canal_cientifico/lqes_news/lqes_news_cit/lqes_news_2006/lqes_news_novidades_748.html

http://dinakaufman.com/artigos/sobre-a-flora-intestinal/

http://cvdii.bireme.br/tiki-read_article.php?articleId=8

http://pt.wikipedia.org/wiki/Yakult

http://saude.sapo.pt/artigos/?id=756145

http://comprar.todaoferta.uol.com.br/lactaid-ultra-lactase-fast-intolerancia-a-lactose-do-leite-ABIL3FSBFE

Stéfano - PET Farmácia/Saúde Pública

7 comentários:

Anônimo disse...

na ultima linha do primeiro paragrafo, não seria bacterias beneficas e não benigna ? obrigado

Alexandre disse...

Olá, parabéns pelo blog.
Vocês poderiam fazer uma postagem sobre o Actimel?
Att,
Alexandre

Anônimo disse...

Oi, não sei explicar, na verdade nem os médicos sabem explicar, porque quando tomo leite fermentado me faz menstruar mais de uma vez no mês, tanto que não posso consumi-los... Infelizmente, apesar de tê-los consumido bastante na minha infância, atualmente não os posso tomar.

Unknown disse...

Atualmente, boa parte da população apresenta disbiose intestinal, que é um desequilíbrio na flora intestinal onde o número de bactérias benéficas é menor que o número de bactérias “ruins” (patogênicas/oportunistas). As causas da disbiose intestinal podem estar relacionadas com o uso de antibióticos, cortisona ou laxantes e também devido ao uso abusivo de álcool. O estresse, uma alimentação inadequada com excesso de açúcar, alimentos refinados e industrializados que são pobre em fibras; assim como algumas doenças intestinais, como diverticulite, inflamação intestinal e a prisão de ventre, também favorecem o desequilibro da flora intestinal e, consequentemente, da instalação da disbiose.
Para restaurar o equilíbrio, é importante mudar os hábitos alimentares, alem disso reestabelecer a flora intestinal, porem não adianta apenas o indivíduo suplementar com esses leites fermentados pois os mesmos também contem grande quantidade de açúcar, o que entraria em conflito com a mudança de hábitos na alimentação.
A propaganda desses produtos é tão grande, que cada vez mais crianças consomem desde pequena, no entanto, o consumo em excesso desses produtos aumentariam muito o consumo de açúcar na dieta, não contribuindo para o equilíbrio da flora intestinal.
No caso da disbiose o tratamento deveria ser feito com próbioticos contendo Lactobacillus acidophillus, L. casei e L. bifidum (leites fermentados, kefir) em associação com prébioticos, para tornar o ambiente favorável para que as bactérias benéficas colonizem o intestino a fim de diminuir o numero de bactérias patogênicas e oportunistas.

Ryanna Soares disse...

O poderoso marketing criado pela indústria fez com que os consumidores se apaixonassem por probióticos (que, além de serem integrados aos alimentos, são vendidos em pílulas, xaropes ou envelopinhos), a ponto de, segundo a Forbes, quase quatro milhões de norte-americanos os consumirem nos dias de hoje, o que movimenta 45 bilhões de dólares (cerca de 180 bilhões de reais) e com um prognóstico de crescimento do mercado global de 7%.
Paralelamente ao bom progresso do setor, mais de 16.000 pesquisas científicas tentaram elucidar nos últimos 30 anos se seu consumo tem reflexo na qualidade de vida dos usuários. Segundo explica o dietista-nutricionista Julio Basulto, "o NHS Choices, o maior portal de saúde do Reino Unido, revisou com minúcia os estudos existentes para separar o joio do trigo. Em resumo, pode ser que os benefícios comprovados envolvam um pequeno número de distúrbios relacionados ao sistema digestivo, como a diarreia do viajante, a síndrome do intestino irritável e a diarreia em crianças que tomaram antibióticos, mas sua eficácia não foi ratificada para a maioria das condições para os quais também são prescritos, como o fortalecimento do sistema imunológico, a perda de peso, a prevenção de eczema ou dermatite atópica e o tratamento de vaginose bacteriana, da diarreia crônica, da doença de Crohn ou da colite ulcerativa, ...". Quanto ao iogurte (o principal alimento fermentado, ou seja, com micróbios amigáveis), o NHS Choices considera que pode ser bom para as pessoas intolerantes à lactose, e também que é possível que certas cepas de bactérias probióticas atenuem os sintomas da síndrome do intestino irritável ou da colite ulcerativa, embora os pesquisadores concordem que são necessários mais estudos para recomendá-los.

Felipe Carvalho disse...

Os leites fermentados, de acordo com a legislação brasileira, são produtos adicionados ou não de outras substâncias alimentícias e deve ser obtido por coagulação e diminuição do pH do leite, ou leite reconstituído, adicionado ou não de outros produtos lácteos, por fermentação lática mediante ação de cultivos de microrganismos específicos. Esses microrganismos específicos são as bactérias láticas, principalmente as dos gêneros Lactobacillus Bifidobacterium, sendo consideradas probióticas. Os probióticos são devidamente conhecidos como estimuladores do equilíbrio das defesas intestinais, auxiliando a prevenir problemas gastrointestinais, como a diarreia e a reconstrução da flora intestinal, em pessoas que usam antibióticos. O marketing por trás dessas grandes marcas, como a Danone que diz que seus produtos ajudam no aumento das defesas naturais, baseia-se em estudos realizados em pacientes que apresentavam algum problema. Entretanto, apesar de diversos estudos terem sidos publicados, em pessoas saudáveis, há uma controvérsia e insegurança quanto ao aumento de imunidade, acarretando em diversas proibições de comerciais por partes do órgãos regulamentadores ao redor do mundo.

Vitória Moura disse...

Os L. casei shirota presentes no Yakult contribuem significativamente para o reestabelecimento da microbiota intestinal, quando esta encontra-se em equilibrio. Este efeito é fundamental quando a flora encontra-se desregulada, prevenindo o crescimento de patógenos que podem gerar infecções. Este efeito só é observado com uso contínuo, que pode levar a uma dieta rica em carboidratos, caso essa alimentação não seja regrada. A implementação de uma alimentação mais natural, rica em frutas, legumes pode auxiliar na manutenção da saúde.